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Ação do INEA em Curicica fecha empresa que explorava irregularmente água subterrânea (Foto: SEA) |
Jade Curvello - As reflexões a respeito do futuro dos recursos naturais do planeta se mostram cada vez mais relevantes para a sociedade. Por constituir aproximadamente 71% da superfície da Terra e ser essencial para qualquer forma de vida, a água se transforma em uma das questões mais delicadas para a administração pública.
Apesar do Brasil ser um dos países que menos consome água no mundo, a média de litros consumidos por dia ainda é superior à considerada adequada. Contrariando a maioria das campanhas que colocam a população como a maior consumidora desse recurso natural, os maiores vilões no Brasil são a agricultura e a indústria.
De acordo com o professor do programa de pós-graduação em Engenharia Ambiental da Uerj, Elmo Rodrigues, existe muita perda de água por ligações clandestinas e vazamentos nos sistemas de abastecimento público, e essa perda pode chegar a 50% de toda água canalizada e tratada.
– O setor de saneamento básico ainda é um gargalo a ser superado pela administração pública brasileira –, explicou o especialista.
Uma prova de que este setor ainda gera conflitos, foi operação coordenada pelo o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), órgão da Secretaria de Estado do Ambiente (SEA), no dia 25 de outubro, em Curicica, Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. A ação teve como objetivo fechar a empresa Estrela Dourada Transporte e Serviços LTDA que operava sem licença ambiental e explorava irregularmente água subterrânea.
Os técnicos constataram que a empresa comercializava o recurso como se fosse potável, e também utilizava caminhões como logotipo falso da Prefeitura do Rio do Janeiro para distribuir a água. Tanto o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, quanto a presidente do Inea, Marilene Ramos, estavam presentes na operação.
O secretário estadual do Ambiente alegou que a empresa além de praticar crime ambiental, praticava também contra a saúde pública ao comercializar água para consumo humano sem controle de qualidade.
– A empresa não tinha licença, capta água sem licença, mistura cloro sem controle e vende como água potável, e ainda com logotipo da prefeitura falsificado. O responsável está preso, os oito caminhões que faziam a distribuição foram embargados e os cinco poços, interditados. Isto é um festival de crimes ambientais –, disse Minc.