8 de outubro de 2012

Moradores da Maré brilham em Mostra de Artes

Evento contou com exposições de dança, teatro e uma feira de artesanato

Alunos da comunidade da Zona Norte se apresentam para pais e professores (Foto: Larissa Amorim)


Vítor Straliotto – Cerca de 500 pessoas tiveram a oportunidade de conhecer, no dia 6 de outubro, o trabalho artístico realizado por moradores do Complexo da Maré, Zona Norte do Rio. A 4ª Mostra de Artes do Museu da Maré reuniu no mesmo lugar diversas atividades como espetáculos de dança, teatro, exposição de fotos e uma feira de artesanato. O evento faz parte do Projeto DAMARÉ, criado pela Superintendência de Educação Ambiental (Seam) em parceria com a Secretaria de Estado do Ambiente (SEA).

Alunos do projeto foram as estrelas principais do evento. O grupo teatral encenou uma versão bem brasileira da peça Romeu e Julieta, do inglês William Shakespeare. Com chapéus de cangaceiros, encantaram a plateia. Os jovens também demonstraram muita habilidade e treino em exposições de Hip Hop e dança do ventre. A energia da equipe era visível, e contagiou o público, que aplaudiu de pé as apresentações.

De acordo com a superintendente de Educação Ambiental da Secretaria de Estado de Ambiente (Seam), Lara Moutinho, “os efeitos positivos deste projeto também voltado para a conscientização ambiental são visíveis”.

– As pessoas já procuram evitar lançar lixo nos canais e na rua, e até mesmo a fauna local está aparecendo mais uma vez. As pessoas percebem que ver os caranguejos está se tornando mais comum, e até mesmo o frango d’água voltou para o bairro –, disse.

A coordenadora do projeto Mãos à Obra, Ana Santiago, defendeu a parceria entre a Uerj e o projeto DAMARÉ, e argumentou que a universidade não deve ficar restrita a seus muros. Segundo ela, esse trabalho permite uma aproximação do meio acadêmico e da comunidade, que realmente precisa deste tipo de parceria.

Para a professora da oficina de fotografia do projeto, Bia Marques, responsável pela exposição fotográfica sobre a Feira de São Cristóvão, as aulas são importantes para a formação dos alunos, e permitem um reencontro com as origens da ocupação da comunidade.

– A Feira tem tudo a ver com a Maré. As duas têm origens nordestinas, têm tradições muito parecidas. Essa proximidade inclusive permite a realização de algo muito difícil na Maré, que é justamente o trabalho fotográfico –, disse.

Segundo Marcelo Teixeira, pai de uma das alunas do projeto o trabalho realizado pelos professores é muito importante.

– Aqui as crianças têm a oportunidade de praticar uma forma de exercício, exercitar a mente, e com as oficinas, quem sabe, até aumentar as chances de conseguir um emprego. Na minha época, não tinha nada disso –, disse Marcelo.

O aprendizado sobre preservação do ambiente também foi elogiado por pais e responsáveis. 

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