Cheguei ao Seminário “Os 10 anos da Política Estadual de Educação Ambiental do Rio de Janeiro” certa de que nada me surpreenderia, afinal, a programação do primeiro dia previa a participação de representantes do Poder Público e de Organizações Não Governamentais relembrando as experiências da última década.
Emocionante, sim, mas não surpreendente.
Sete e oito de dezembro, cerca de 300 pessoas na UERJ. Na mesa de abertura o ministro Carlos Minc, autor da lei 3.325, que instituiu a Política no Estado; a secretária Marilene Ramos e outras autoridades.
A luta do passado e os novos desafios fizeram parte de todas as apresentações. Mas foi em meio a um fervoroso debate sobre o Programa Estadual de Educação Ambiental, que teve o seu processo de Consulta Pública iniciado no segundo dia de evento, que se destacou Catarina: uma jovem de 16 anos que narrou o seu presente e deu novo ânimo aos participantes do Seminário.
Desde pequena, ela acompanhou a mãe, professora Miriam, em manifestações políticas em Parati. No entanto, foi a partir do ingresso no programa Agenda 21 na Escola, curso da Superintendência de Educação Ambiental da Secretaria de Estado do Ambiente, que debate a temática socioambiental nos colégios estaduais em diálogo com as comunidades vizinhas, que ela passou a envolver-se ativamente da vida pública de seu município.
Como projeto final do curso, Catarina, a mãe e outros estudantes e professores criaram um grupo chamado CirculAção, que diagnosticou os problemas e as potencialidades da cidade. Daí tudo começou a andar: já ocorreram duas audiências públicas e uma carta de compromisso, onde estão apontadas mudanças necessárias para melhoria da qualidade de vida da cidade foi assinada por vereadores e comerciantes.
Catarina é prova de que os esforços dos últimos 10 anos fizeram sentido e de que a caminhada de tantos terá continuidade. Que bela surpresa!