Parque
Nacional da Tijuca receberá projeto que tem previsão para 2013
Lideranças religiosas e ambientalistas dão abraço simbólico no Parque da Tijuca (Foto: Eloi Mattar) |
Jade Curvello – Com o objetivo de preservar recursos
naturais e as práticas culturais a eles associadas, o Elos da Diversidade, Componente
do Programa Ambiente em Ação, reuniu, nesta quinta-feira, lideranças
religiosas, representadas
principalmente pelos Guardiões do Sagrado e da Natureza, e membros da equipe e
ambientalistas, Parque Nacional da Tijuca, Zona Norte do Rio. O local
será o primeiro a receber o Espaço
Sagrado.
O Espaço será construído na Curva do S, no Alto da
Boa Vista. As obras serão concluídas até meados de 2013. O local contará com
uma central de tratamento de resíduos religiosos, com composteira, aterro e
área de separação dos materiais para reciclagem, além de um viveiro para a
produção de mudas, batizado de Jardim das Folhas Sagradas. As atividades
realizadas no local vão desde a orientação aos visitantes a oficinas
educativas, focando em práticas religiosas sustentáveis com o uso de elementos
que não agridam a natureza.
Entre as ações que têm a
finalidade de preparar o espaço são realizadas pelo Elos da Diversidade,
está a Oficina de Gestão de Resíduos Religiosos. A oficina buscou aprofundar o
debate acerca das normas que deverão ser implantadas no espaço. A destinação do
resíduo religioso gerado após serem oferendas foi um dos temas debatidos.
De acordo com o coordenador do Elos da
Diversidade, Carlos Frederico, esse debate será fundamental.
– Um dos grandes problemas
da Curva do S é o acúmulo de resíduos que pode ocasionar a degradação do
próprio espaço, por isso é de extrema importância começarmos a definir as
normas nesse momento –,
explica Frederico.
Para o articulador do Elos
da Diversidade, Aderbal Ashogun, uma das maiores preocupações do projeto são
resíduos religiosos.
– É necessário um destino especial para esses
resíduos, assim como é feito com os resíduos hospitalares –, adverte o articulador.
Dentre os problemas ocasionados pela prática religiosa
sem consciência, Aderbal cita que um dos maiores impactos na natureza são os
sacos plásticos, as garrafas PET, o uso de vidros e velas.
– O espaço sagrado tem que ter sinalização,
orientação de uso e um local apropriado para as oferendas –, conta.
A superintendente de educação ambiental, Lara
Moutinho encerra a Oficina exaltando a liberdade religiosa e desconstruindo o
preconceito
– É preciso compatibilizar, tirar um pouco do
preconceito que existe, tanto institucional como individual e regulamentar a
prática, porque a religião também quer a conservação da natureza – finaliza
Lara.
O Elos da Diversidade busca compatibilizar o
que muitos pensam ser improvável, práticas religiosas à conservação da natureza,
atuando com educação ambiental e ações de combate à intolerância religiosa.
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