28 de maio de 2014

Ambiente sem preconceito e discriminação

Debate mostra que compreender e respeitar os direitos e liberdades individuais torna o local de trabalho mais saudável 

As dúvidas apresentadas pelos funcionários da SEA foram debatidas em grupo
Foto: Adair Aguiar 
Bárbara Cruz - O 1º encontro de formação para funcionários da Secretaria Estadual do Ambiente (SEA) sobre temas relacionados à comunidade LGBT aconteceu dia 26/5, no prédio do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), no Centro do Rio. A pesquisadora Vanessa Leite ministrou a atividade, por meio de debate com profissionais da educação ambiental. A necessidade de discutir esse tema surge a partir da perspectiva de que um ambiente saudável é formado por pessoas que sabem conviver com as diferenças de forma respeitosa. 

Andy Malafaia, coordenador do componente Ambiente Saudável Sem Homofobia, que faz parte do Programa Ambiente em Ação, da Superintendência de Educação Ambiental (Seam/SEA), explica o motivo do debate: “Identificamos a necessidade de fazer esse evento aqui na Secretaria porque muitos dos nossos parceiros, funcionários, gestores, tinham dificuldade em lidar com o público LGBT. Muitas vezes, com questões simples, como a forma de chamar ou se referir a alguém do próprio grupo. Percebemos que faltava o conhecimento do tema, para que não houvesse desrespeito com o próximo, ou qualquer tipo de problema nesse relacionamento interpessoal”, afirma.

De acordo com Vanessa Leite, os crimes mais bárbaros são praticados contra travestis e transexuais, no entanto, a homofobia faz parte do cotidiano da maior parte do público LGBT. “A aversão que as pessoas têm aos homossexuais é denominada homofobia. Ela pode ser expressada através do preconceito, relacionado à ideia e valores, ou da discriminação, que ocorre a partir das ações de uma pessoa”, esclarece. Relatos de homossexuais foram exibidos, deixando claro que a preocupação inicial é com a opinião da família, junto ao receio que eles têm de não serem mais amados e aceitos.

Após a exibição do filme “Amanda e Monick”, que conta a história de duas travestis e seus conflitos familiares e profissionais por terem assumido suas identidades, os participantes puderam tirar suas dúvidas, entre elas, o uso adequado do pronome. Vanessa esclarece: “Travesti não está diretamente relacionado à orientação sexual. A forma como uma pessoa se identifica exteriormente, é como se manifesta em seu interior. Portanto, se uma pessoa nasceu com o sexo masculino e se identifica como mulher, deve ser chamada pelo pronome feminino”.

Funcionários puderam depositar suas dúvidas em relação à temática LGBT em uma urna disponível na Secretaria do Ambiente durante a semana. As questões que surgiram foram o gancho para que Vanessa Leite, que faz parte do Laboratório Integrado em Diversidade Sexual, Políticas e Direitos (Lidis), iniciasse a segunda parte do evento, que teve como foco a discussão de conceitos como sexo e gênero. “A sexualidade é uma energia de prazer que se direciona a outra pessoa. Sendo assim, não é mais usado o termo opção sexual e sim, orientação sexual, já que todos têm o direito de dirigir o seu desejo de acordo com suas preferências”, conclui. 

Veja as fotos na fan page do Programa Ambiente em Ação: 

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