4 de dezembro de 2013

Carta Elos: aprovado o texto final

Educadores participam da plenária do III Fórum Elos de Cidadania – A escola pública na gestão ambiental e aprovam a versão  final da Carta Elos de Cidadania



    
As propostas foram votadas abertamente - foto Larissa Amorim
Leslie Assis - “Sonho que se sonha só é só um sonho  que se sonha só, mas sonho que se sonha junto é  realidade”. Seria essa a música que Raul Seixas  cantaria ao final da plenária do III Fórum Elos de  Cidadania – A escola pública na gestão ambiental. No evento, realizado dia  29 de  novembro, na UERJ, pela Superintendência de Educação Ambiental da Secretaria de Estado do Ambiente (Seam/SEA), foi votado e aprovado o texto final da Carta Elos de Cidadania pelos educadores presentes.


A Carta Elos de Cidadania é um manifesto coletivo de educadores que atuam no Programa Elos de Cidadania, da Seam, e de gestores ambientais do Estado do Rio de Janeiro, em prol do fortalecimento da escola pública e de seus espaços democráticos internos e pela participação ativa da escola pública na gestão ambiental do território em que está inserida. “É a comunidade escolar reivindicando espaço para participar das decisões que afetam o território e das políticas públicas que dizem respeito à realidade local”, enfatiza Lara Moutinho da Costa, superintendente de Educação Ambiental da SEA.

O texto-base da Carta foi formulado no âmbito do Elos de Cidadania, Programa Seam/SEA, que atua em escolas de 15 municípios do Rio de Janeiro junto a mais de 200 docentes participantes e que já formou cerca de seis mil alunos. Seus principais objetivos são o desenvolvimento e o fortalecimento de ações coletivas voltadas para o controle social, o enfrentamento das vulnerabilidades socioambientais e a gestão participativa de águas e florestas da Mata Atlântica.

Segundo Fábio Leite, coordenador do Programa Elos de Cidadania, a Carta se divide em duas partes: na primeira, os educadores questionam o Estado pela falta de estrutura e condições para praticar uma educação ambiental que seja participativa e exerça de fato o controle social sobre o território. “Como podemos pedir ao professor para participar, por exemplo, de um Comitê de Bacia, se ele não tem carga horária cedida para esse fim e se não existe uma estrutura ou qualquer anteparo financeiro que dê condições para esse educador exercer sua cidadania plenamente?”, argumenta. 

Na segunda parte, estão os compromissos que, a partir das reivindicações atendidas, os educadores assumem com relação à escola e ao seu trabalho, tomando a comunidade escolar como um sujeito dos processos participativos de sua localidade.

O envio de propostas foi feito, inicialmente, através da internet: mesmo à distância, especialistas da área de educação ambiental puderam dar suas contribuições, e algumas delas foram aprovadas. “Alguns professores, que não puderam estar no I Fórum, participaram online e hoje estiveram aqui aprovando presencialmente a Carta”, lembrou Fábio Leite, enfatizando a importância da internet na consolidação desse documento.

Ainda segundo o coordenador, a participação dos educadores ocorreu de várias maneiras, não se restringindo à internet ou aos fóruns. “Nós abrimos todas as formas de proposição, seja via telefone, pessoalmente na sala do Elos, ou mesmo nas escolas através de debates.

Recebemos todas as propostas, mas os profissionais de educação que aqui estiveram é que decidiram o que entraria e o que não. Esse foi o ponto chave do nosso trabalho”, enfatiza Fábio.

“A participação do educador na construção desse documento foi fundamental para que ele tivesse força política. Se fosse construído somente por nós, o documento não teria a força que tem agora, porque houve um aprimoramento detalhado nas propostas e foi criado, assim, um documento oficial de luta”, explicou Fábio.

O orientador do Elos em Petrópolis, professor Guilherme Silveira,  participou ativamente da construção da Carta e está satisfeito com o resultado. “Estive em todos os fóruns, divulguei pela internet para que meus colegas pudessem participar e acrescentar outras propostas. A Carta aprovada explicita exatamente o que eu penso, além de ser nosso instrumento político de luta”.

De acordo com a superintendente de Educação Ambiental Lara Moutinho da Costa, o texto base da carta, quando ainda estava em consulta pública, foi encaminhado aos Ministérios do Meio Ambiente e da Educação por suas coordenações de educação ambiental. “Agora iremos reencaminhar a Carta definitiva para os ministérios. Pela primeira vez na história do Estado do Rio de Janeiro, vi as escolas se reunirem para elaborar um texto político em defesa da educação ambiental voltada para gestão ambiental participativa, como um compromisso da cidadania ativa”, discursa.

Acesse a Carta aprovada na integra:
http://cartaelos.wordpress.com/

Veja as fotos na Fan Page do Programa Elos de Cidadania:
https://www.facebook.com/elosdecidadania?ref=hl

Fonte: ComunicaSeam


Nenhum comentário: