8 de setembro de 2013

Um mundo com mais justiça e consciência

Nussbaum: a intolerância religiosa
ameaça as sociedades democráticas
“O importante na vida de uma pessoa é que ela aceite o fato de que compartilha o mundo com outras e que, assim, empreenda ações visando o bem das outras pessoas”. Autora do livro A nova intolerância religiosa, a filósofa americana Martha Nussbaum identifica duas premissas que incitam a intolerância e o desrespeito religiosos. 


A primeira é a de “a nossa religião é a única verdadeira, ao passo que todas as outras são falsas ou moralmente incorretas”. Nussbaum destaca que os que pensam assim “podem admitir que os outros mereçam respeito pelas crenças que adotam, na medida em que não prejudiquem ninguém”. 


A segunda, para ela “bem mais perigosa”, é a de que o Estado e os cidadãos deveriam obrigar os dissidentes a aderir à abordagem religiosa considerada “correta”. “Essa é uma ideia que vem se difundindo até mesmo em democracias modernas. O ressurgimento desse tipo de pensamento constitui uma grave ameaça às sociedades que se baseiam em princípios de liberdade e igualdade”.


Em seu livro, Martha fala do preconceito contra islamitas nos Estados Unidos, menciona o massacre de muçulmanos na Índia por hinduístas apoiados por funcionários públicos e pela polícia, e comenta também a relutância da França em tolerar símbolos religiosos nas escolas.

Mãe Fátima Damas: novas gerações
mais conscientes de seus direitos
No Brasil, há mais de dez anos a intolerância religiosa vem sendo debatida e contestada por diferentes segmentos da sociedade civil, tendo sido constituída, em 2008, a Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR). Fundadora da CCIR, Fátima Damas diz que é preciso formar no País uma nova cultura de respeito às diferenças e dos direitos das pessoas. “O trabalho da comissão é fazer com que as novas gerações cresçam num mundo com mais justiça e consciência”, afirma.


Uma das iniciativas da CCIR é a Caminhada pela Liberdade Religiosa, que terá sua sexta edição no próximo domingo (08/09), a partir das 11 horas, na orla de Copacabana. 


A Superintendência de Educação Ambiental da Secretaria de Estado do Ambiente (Seam/SEA) participará da caminhada através do programa Ambiente em Ação.

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