Líder afro-religiosos diz que a intolerância vai além da religião e convoca os povos de terreiro a caminhar no próximo domingo em defesa da cidadania
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O líder afro-religioso Aderbal
Ashogun defende a manutenção
da diversidade religiosa
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“As
duas maiores riquezas que o Brasil tem são a diversidade de seu bioma e a
diversidade cultural. No entanto, elas não têm sido respeitadas. As culturas
tradicionais são suprimidas por um modelo de cultura que é pasteurizante”. O
alerta é de Aderbal Ashogun, consultor do núcleo Elos da Diversidade, do programa Ambiente em Ação, iniciativa da Superintendência de Educação Ambiental da
Secretaria de Estado do Ambiente (Seam/SEA), executada em parceria com a Uerj e com recursos do Fundo Estadual de Conservação Ambiental e Desenvolvimento Urbano (Fecam).
Segundo
ele, os povos de terreiro lutam não só pelo direito ao culto religioso, “que é
permanentemente cerceado”, como pela “manutenção dos saberes e fazeres
tradicionais”.
Coordenador da Rede Nacional de Cultura Ambiental
Afro-Brasileira e de várias outras organizações sociais, Aderbal reclama que a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos
Povos e Comunidades Tradicionais (instituída pelo Decreto 6040, de 2007) não
é aplicada pelo Estado.
De acordo com o artigo 3 da Política, os
territórios tradicionais são espaços necessários à reprodução cultural, social
e econômica dos povos e comunidades tradicionais, sejam eles utilizados de
forma permanente ou temporária. “O
que requeremos é justamente o espaço de manutenção e preservação das nossas tradições,
de práticas que trouxeram a humanidade até aqui, até os dias de hoje”, diz
Aderbal.
Sobre a Caminhada pela Liberdade Religiosa, que
ocupará a Orla de Copacabana no próximo domingo (08/09), Aderbal
conclama: “O movimento de rua vem continuar uma luta das culturas
tradicionais de mais de 500 anos. É importante que todos participem”.
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