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Minc ressaltou a
importância do estudo da Fiocruz para
mitigar consequências de tragédias
climáticas no Rio
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O
Município do Rio de Janeiro é o mais suscetível aos impactos das mudanças
climáticas previstas para os próximos 30 anos no estado, segundo apontou o Mapa
de Vulnerabilidade da População Municipal no Estado do Rio de Janeiro,
apresentado neste sábado pelo Instituto Fiocruz, na Fundação Oswaldo Cruz, em
Manguinhos, na Zona Norte.
O estudo serve de alerta para as 92 prefeituras do Rio de Janeiro se prevenirem em relação a riscos de saúde pública inerentes aos desastres ambientais que tendem a se agravar com aquecimento global.
Encomendado pela Secretaria de Estado do
Ambiente (SEA), em 2011, o Mapa foi elaborado pela Escola Nacional de Saúde
Pública da Fundação Oswaldo Cruz (Ensp/Fiocruz) e
pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), a partir de dados do Censo 2010, do
IBGE, atualizados por um software específico.
A cidade do Rio de Janeiro foi considerada
a mais frágil do ponto de vista de altos índices de vulnerabilidade da saúde –
referentes a doenças como leishmaniose, dengue e leptospirose – e do meio
ambiente – referente a eventos meteorológicos extremos, como inundações e
deslizamentos. O índice social também foi considerado no estudo.
“O mapa é um instrumento de gestão pública
que considera não somente o aspecto físico da saúde, mas também a
vulnerabilidade social, onde a população está alocada, a estrutura familiar,
existência de crianças e pessoas idosas vivendo na região, condições
habitacionais e do ambiente, além da variação do clima”, explicou a
diretora-geral do IOC Martha Ribeiro.
A diretora do instituto comparou a situação
da capital do estado em relação aos outros municípios fluminenses, segundo o
Índice de Vulnerabilidade Geral (IVGp): “a cidade do Rio de Janeiro é a mais
vulnerável, necessitando de uma adaptação para se prevenir às mudanças
climáticas, através de programas que cuidem da biodiversidade, da vegetação. Na
parte social, o município está bem, mas na parte da saúde, é o mais vulnerável
do estado”, ressaltou Martha.
Presente à cerimônia de lançamento do
estudo, o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, lembrou a importância
de estudos do gênero para o bom encaminhamento do trabalho dos gestores
públicos municipais: “Com o estudo elaborado
pela Fiocruz, cada prefeito saberá como a vulnerabilidade face às mudanças
climáticas afetam o risco de doença, de deslizamento e de inundação no seu
município. Através desse mapa, cada um dos municípios do Rio conhecerá o real
risco de catástrofes ambientais e suas consequências. Outra ação estadual
preventiva foi a realização da primeira etapa do mapeamento de risco para todos
os municípios fluminenses, pelo Departamento de Recursos Naturais (DRN).
Recentemente, uma lei estadual foi sancionada, obrigando todas as prefeituras a
incluir em seus planos diretores de uso do solo as indicações do mapa de
vulnerabilidade”, afirmou Minc.
O secretário ressaltou
ainda a importância do ICMS Verde para estimular as políticas municipais de
remediação de lixões – a partir da instalação de aterros sanitários, de
proteção de corpos hídricos, de saneamento e de criação de unidades de
conservação – e, futuramente, incentivar as questões relacionadas ao estudo de
vulnerabilidade da Fiocruz.
“Ações de saneamento e de
remedição dos lixões, assim como de ocupação urbana ordenada e de preservação
da biodiversidade são preventivas para área de saúde. Em dois anos e meio,
aumentamos em 30% a área protegida do Estado do Rio de Janeiro e, até o final
do próximo ano, seremos provavelmente o único estado a remediar todos os
lixões”, afirmou Minc.
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