9 de agosto de 2013

Em datas comemorativas como o Dia dos Pais, como as escolas lidam com alunos filhos de casais homossexuais?

“Algumas já preferem comemorar o Dia da Família, para evitar quaisquer constrangimentos às crianças que tenham dois pais ou duas mães”, responde a psicóloga Anna Uziel, pesquisadora do Programa de Estudos e Pesquisas em Gênero, Sexualidade e Saúde do Instituto de Medicina Social (IMS) e do Centro Latino-Americano em Sexualidade e Direitos Humanos (Clam/IMS/Uerj).

Para Anna, a educação infantil “é um bom caminho no combate ao preconceito pois as crianças são muito menos resistentes à diversidade”. Autora da tese intitulada Família e Homossexualidade: Velhas Questões, Novos Problemas - um dos primeiros estudos sobre a adoção de crianças por homossexuais no Brasil - Anna Uziel diz que, a partir dos anos 1990, têm ocorrido avanços destacáveis no reconhecimento de novos arranjos familiares, especialmente na área jurídica. “Se o legislativo não anda, o judiciário resolve”, comenta, mencionando o reconhecimento da união estável de pessoas do mesmo sexo e a possibilidade de conversão para o casamento.

Ela reclama, no entanto, da falta de uma legislação que proteja a população LGBT. “O cenário atual é pouco favorável. Tivemos a aprovação na Comissão de Direitos Humanos do projeto da 'cura gay', que acabou sendo retirado de pauta estrategicamente, mas pode voltar, a qualquer momento. A sociedade tem que ficar muito atenta”, alerta.
Anna Uziel participará da 2ª Jornada Ambiente Saudável é Ambiente sem Homofobia, na mesa redonda que debaterá os Novos Arranjos Familiares. O evento ocorrerá de 20 a 23 de agosto, no auditório da Secretaria de Estado do Ambiente (SEA), no Rio de Janeiro. Informações e inscrições pelo site www.ambientesemhomofobia.com.br

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